A AUTOPOIESE DE HUMBERTO MATURANA E O BIOSHIP DE ANA BRANCO
- João Pedro

- 29 de nov.
- 2 min de leitura
__________________________
A AUTOPOIESE DE HUMBERTO MATURANA E O BIOSHIP DE ANA BRANCO
Autopoiese, Humberto Maturana e o Projeto Bioship – Uma Visão Integrada
Humberto Maturana, em seu livro A Árvore do Conhecimento, apresenta o conceito de Autopoiese, que significa literalmente “auto-criação”. Para ele, todo ser vivo é um sistema que continuamente produz e renova a si mesmo. A vida não é algo estático: é um processo contínuo de automanutenção, regeneração e coerência interna, no qual cada componente participa da produção dos demais.
Segundo Maturana, um organismo vive em permanente acoplamento com o seu ambiente. Tudo o que ele ingere, percebe, sente e faz modifica sua organização interna — e essa organização, por sua vez, determina como ele responde ao mundo. Assim, o ser vivo é um sistema que se cria a si mesmo enquanto interage.
Esse princípio dialoga profundamente com o Projeto Bioship, da professora Ana Branco (PUC-Rio), que há décadas estuda a potência vital das sementes germinadas e sua relação com nossa capacidade de regeneração. No Bioship, entende-se que a semente germinada — um alimento “vivo”, em pleno impulso de nascimento — carrega o máximo potencial de organização biológica: enzimas ativas, energia vital em expansão e capacidade natural de autorregulação.
Quando consumimos sementes germinadas, introduzimos em nosso corpo estruturas vivas que expressam exatamente o processo de autopoiese descrito por Maturana. A semente brotada é um sistema que está se criando e reorganizando sem parar; ao ingeri-la, entramos em ressonância com esse movimento de renovação.
Nesse sentido, o Bioship propõe que:
alimentos vivos reforçam processos vivos;
organismos autopoéticos se beneficiam de estruturas que também estão em autopoiese;
quanto mais um alimento está no seu ponto máximo de vitalidade, maior é sua capacidade de apoiar o corpo em seus ciclos naturais de regeneração.
Assim, unir a visão biológica e filosófica de Maturana com a prática alimentar e artística da Profa. Ana Branco mostra que saúde, consciência e alimentação são dimensões inseparáveis. Ao incorporar sementes germinadas ao cotidiano, colocamos em nosso organismo a própria metáfora e realidade da vida que se cria a si mesma — exatamente como Maturana descreveu.
__________________________
João Pedro Pinto







Comentários